A gente aceita o amor que acha que merece
“As pessoas pensam que uma alma gêmea é o seu ajuste perfeito, e é isso que todo mundo quer, que todo mundo idealiza. O que de fato seria a alma gêmea? Eu te respondo de uma forma prática e rápida. A alma gêmea é tudo aquilo que buscamos em nós mesmos em outra pessoa. Posso te dar uma idéia? Compre um espelho. Sai mais barato e menos estressante do que sair por aí procurando seu verdadeiro amor.
Eu tive a impressão, por muito tempo, que o ideal seria encontrar a alma gêmea, saber instantaneamente que era aquela pessoa. E que depois casaríamos, seríamos felizes, teríamos vários filhos e seríamos felizes para sempre. Grande besteira. A vida real é bem diferente disso. É por isso que existem os contos de fadas, exatamente para sonharmos com algo que não temos. Precisamos saber nos completar antes de entrar de cabeça no primeiro ou segundo relacionamento que é possível só porque ele parece promissor.
Você sonha, você espera, você faz algo que eu já disse em um dos meus textos criando expectativas e acaba sofrendo. Antes de pensar em conhecer sua alma gêmea, espere conseguir ver lugares e pessoas incríveis que possam te ensinar muito sobre a vida. Espere se divertir com as pessoas erradas e sangrar com elas fazer de você, um ser mais forte, mais experiente e menos sonhador. As cicatrizes precisam ser curadas antes de achar o amor que merecemos. E como isso é difícil. Para nos curarmos, precisamos nos aceitar. Precisamos nos amar. Precisamos aceitar que o que passou não volta mais.
Não é saudável procurar alguém a princípio que te acrescenta em idéias e lhe falta com todo o resto. Não é saudável alimentar-se de esperanças vindas das pessoas. Precisamos de alguém que nos acompanhe. Que nos alimente com verdades e constantes fatos que agreguem em nossa vida. O príncipe montado num cavalo branco te pedindo em casamento, já se casou com a Branca de Neve, então esqueça.
Quando procuramos desesperadamente por outra metade, nos esquecemos de ser inteiros e acabamos atraindo as metades que também estão procurando se encontrar. O ideal é não procurar por ninguém e sim tentar se resolver consigo mesmo. O ideal é se amar intensamente, aprender a se divertir com a própria companhia e se dar conta de ser feliz sozinho.
“Nós aceitamos o amor que pensamos que merecemos.” (Stephen Chbosky). A gente precisa acordar e reconhecer cada verdade que mora dentro de nós. Precisamos aceitar que somos merecedores de amor, não de migalhas. Somos todos capazes de dar e receber amor.
Não se jogue desesperadamente no primeiro cara que for gentil com você. Conheça-o. Eu não quero te namorar ou casar com você... Eu simplesmente quero te conhecer. Espere para entender se ela sente o mesmo e se é possível construir algo a partir dali. Prepare o terreno para as possíveis chegadas. Prepare-se também para as partidas, porque elas acontecem. Prepare o seu coração para quem vier. Prepare a sua mente para as possíveis confusões que podem surgir.
Jamais se submeta a coisas que não gostaria de fazer só porque o outro gostaria que você fizesse. Você precisa repetir para si e para o outro que cada um é um indivíduo e que as coisas podem ser combinadas, não impostas.
Sorria sempre, seja gentil, trabalhe a ansiedade. E aceite o amor que você merece, não o primeiro que aparecer batendo na sua porta, e se este bater, saiba atendê-lo gentilmente e sem expectativas. Viva, construa, converse, seja maduro sempre. Só não chore por quem não está chorando por você. Não se prenda. Pois ficar lamentando a partida de alguém pode fazer com que oportunidades boas que estão logo ao seu lado, estampado na sua cara, irem embora.